Definições
Antes de falarmos sobre a relação entre essas duas áreas de atendimento, precisamos defini-las:
- Psiquiatria: é a área da medicina que atua no diagnóstico e no tratamento dos transtornos mentais e de comportamento, visando ainda sua prevenção e a promoção da saúde.
- Hipnose: é gerar mudança no indivíduo através de experiências transformadoras através de suas sensações, percepções, pensamentos ou comportamento, usando a linguagem do terapeuta como “ferramenta”.
De forma bem simples, vou explicar uma associação muito positiva entre a psiquiatra (medicina) e a hipnose (hipniatria) através de um exemplo:
Caso hipotético
Digamos que um paciente fictício de nome João esteja apresentando-se muito irritado, inquieto, com dificuldade para dormir, para se concentrar, com dores musculares em todo o corpo (principalmente na região de costas e ombros), com palpitações, sensação de aperto no peito e sensação de falta de ar que se iniciam sempre antes de ir para o trabalho ou antes de iniciar atividades profissionais diversas ou responsabilidades.
Ele faz, então, uma avaliação médica (que pode ser com um clínico geral ou com um profissional da área de psiquiatria) que investiga Os “3S”s dos transtornos mentais (veja o post relacionado):
- Sintomas: a avaliação do conjunto de sintomas caracterizou o quadro como uma “Síndrome Ansiosa”.
- Sofrimento: foi avaliado, junto com o paciente, que esses sintomas realmente estavam atrapalhando muito as atividades profissionais e pessoais dele.
- Substâncias: foi afastada a possibilidade de tais sintomas estarem sendo desencadeados pelo uso de alguma substância ou medicamento ou doença clinica (como hipertireoidismo, por exemplo).
Após essa avaliação, o paciente fictício João foi orientado sobre a necessidade de um acompanhamento multi e interprofissional e, em comum acordo com o mesmo, prescrito um medicamento antidepressivo (dentro do perfil clínico dos sintomas, do perfil de possíveis efeitos colaterais e do orçamento financeiro mensal de limite de gastos do paciente) devido sintomatologia moderada a severa.
Dentre as terapias complementares, João escolheu por fazer uma consulta de hipnose, onde foi trabalhado o controle:
- dos seus pensamentos automáticos,
- de suas crenças limitantes,
- de seus sintomas físicos e
- mudança de “mindset”.
Isso, sempre tendo sido reforçado pelo hipnoterapeuta a necessidade do acompanhamento conjunto com o seu médico e outros profissionais da saúde (se já estiver em acompanhamento) e a continuação do uso da medicação prescrita até nova orientação psiquiátrica.
Conclusões
Essa história ainda tem meses de continuidade nesse acompanhamento conjunto, então encerro ela por aqui para não nos estendermos muito nesse post. Todavia, venho aqui desmistificar esse pensamento errôneo de que as áreas da saúde “brigam entre si”, mas muito pelo contrário, são visões diferentes sobre um mesmo problema, podendo se somar no cuidado da pessoa que sofre, do “João” e não apenas vários profissionais tratando do “Transtorno de Ansiedade” que chega no consultório.
Caso você tenha alguma dúvida, procure por seus profissionais de confiança, mas não deixe para depois.
Lembre-se: Sua saúde é prioridade!
Leia também:
Os “3S”s dos Trantornos Mentais
A ansiedade tem algum “lado bom”?